Entrevista a Inês Cortez

02-05-2016 17:05

A coach explica com algum detalhe as razões porque se apaixonou pela nova actividade que começa a ganhar bastantes aderentes em Portugal. Inês Cortez garante que com a ajuda do coaching é possível estabelecer um foco para alcançar os objetivos. No final da entrevista efectua um conselho importante relativamente às vantagens de se recorrer a um coach na infância.

 

"A necessidade de aumentar o empenho é diretamente proporcional à dificuldade do próprio objetivo em si"

 

Como nasceu o gosto pelo coaching?

O meu gosto pelo coaching nasceu quando contratei um coach. Na altura, nem sabia o que era coaching, mas como sou apaixonada por tudo o que está relacionado com desenvolvimento pessoal, decidi experimentar. Sentia uma forte vontade de mudar de vida, de procurar o que realmente me realizava no plano profissional, e o coaching trouxe a ajuda que precisava, nomeadamente uma nova visão de mim própria, do meu contexto e das inúmeras possibilidades que tinha para atingir os objectivos, apenas à distância de um novo modo de agir.

Quais foram as principais novidades que sentiu no início?

No coaching não se dedica muito tempo ao passado porque o foco do trabalho está no presente e na descoberta de como chegamos ao futuro. Cada sessão termina com uma acção concreta com dia e hora marcada. É muito prático e proporciona ao coachee o que realmente precisa para atingir os objetivos - uma nova visão, apoio, desafio, e uma noção clara daquilo que precisa de fazer diferente para alcançar o que sonhou.

Em que área tem havido mudanças relacionadas com o fenómeno?

O coaching em Portugal está a dar os primeiros passos, embora se tenha falado muito depois do futebolista Éder revelar que o golo que proporcionou a vitória de Portugal no Euro 2016 se deveu ao coaching. Nos Estados Unidos é mais comum contratar-se um coach para obter resultados nas mais diversas áreas, nomeadamente no desporto, alimentação, estilo de vida saudável e melhorar a performance em algo específico ou nos relacionamentos amorosos. Na minha opinião, as principais mudanças que começo a sentir estão relacionadas com a consciência das empresas que a felicidade traz mais produtividade, pelo que, arranjam outras formas de integrar os trabalhadores.

Em que situação é necessário existir mais empenho?

A necessidade de aumentar o empenho é diretamente proporcional à dificuldade do próprio objetivo em si. Por exemplo, uma pessoa que pretende emagrecer 30kg num mês vai precisar de se empenhar mais do que outro cujo objetivo seja perder 10kg. Outro caso em que é necessário mais dedicação, seria um objetivo que tivesse de ser atingido num curto espaço de tempo, como evitar uma separação iminente e recuperar um casamento. Os objetivos a longo prazo tendem a requerer menos empenho, mas nestes casos o trabalho ideal será tornar o objetivo mais aliciante para a dedicação ser maior.

O coaching chegou tarde ao nosso país?

O mundo seria francamente melhor se o coaching existisse nas nossas vidas desde a infância porque ajudaria no autoconhecimento e canalizar o nosso valor de forma certa para sermos mais felizes e produtivos, sobretudo na escolha da profissão, já que, é uma decisão importante que tem de ser tomada numa idade em que a personalidade não está bem definida.

É possível efectuar uma distinção entre o que se faz na Europa e nos Estados Unidos?

Timothy Gallwey é considerado o pai do coaching, nasceu nos Estados Unidos, como Tony Robbins, que também é uma das maiores referências a nível mundial. Não se pode descurar o excelente trabalho que se faz na Europa, mas o ADN é americano.